segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Black Swan (Cisne Negro)



Direção: Darren Aronofsky
Roteiro: Mark Heyman, Andres Heinz, John McLaughlin
Elenco: Natalie Portman, Mila Kunis, Barbara Hershey, Vincent Cassel, Winona Ryder
Ano de lançamento (EUA): 2010
Vencedor do Oscar de Melhor: Atriz (Natalie Portman)
Indicado ao Oscar de Melhor: Filme, Diretor, Fotografia, Montagem

“O Lago dos Cisnes” recontado através da transformação de Nina Sayers (Natalie Portman), com o balé como pano de fundo. O filme mais lindo e ao mesmo tempo o mais perturbador do ano passado.

Nina Sayers é uma bailarina talentosa e inocente, que já quase aos 30 anos, vive ainda sob os cuidados da mãe (Barbara Hershey). Nina é desafiada a interpretar tanto Odette quanto Odile numa nova montagem de “O Lago dos Cisnes”. Ela é excelente na interpretação do Cisne Branco (afinal, é a personificação da mesma), mas precisa passar por uma difícil e perturbada transformação para se transformar em Cisne Negro. No decorrer do filme, acompanhamos a mudança de Nina, que já sofria de problemas mentais antes mesmo de aceitar o desafio. Seu objetivo é atingir a perfeição e apesar de acreditar que a extrovertida Lily (Mila Kunis) está atrapalhando o processo, seu único obstáculo é ela mesma.

Darren Aronofsky trabalha com um constante jogo de claro/escuro e pureza/perversão para narrar a história. Aqui, diferentemente de “The Kids Are All Right”, as cenas de cunho sexual fazem sentido. Vemos os bastidores do mundo do balé (que, repito, serve somente como pano de fundo) pela visão distorcida de Nina, que deixa tudo mais assustador. A trilha sonora de Clint Mansell é uma releitura de Tchaikovsky, e usa a melodia tema do balé em várias situações, até como toque do celular de Nina (mas meio desafinado, o que me incomoda bastante).

Entre as cenas que mais me intrigaram, ressalto: as em que Nina se automutila (fico arrepiado só de lembrar); Thomas (Vincent Cassel) mostrando a Nina como se seduz outra pessoa; toda a apresentação final e seus bastidores.  E é impossível não se lembrar de “Clube da Luta” quando surge uma segunda Lily, criada pela mente da protagonista.

Natalie Portman é alma do filme. Sua interpretação é fantástica, atordoante, e a Academia fez o dever de casa direitinho entregando a estatueta pra ela. Natalie se desfigura, literalmente, para se transformar no Cisne Negro. Merece crédito também pelas cenas de dança, pois não precisou de dublê e Aronofsky faz questão de lembrar isso com as câmeras. O elenco de coadjuvantes também não faz feio, e temos ótimas interpretações de Mila Kuins, Vincent Cassel e Barbara Hershey. (Curiosidade: o ator Benjamin Millepied, que faz o dançarino David e também coreografou o filme, é o noivo de Natalie Portman, que está inclusive grávida dele.)

Na última cena, Nina morreu? Pelo menos metaforicamente sim, como acontece com o Cisne Branco no balé. Afinal, só ela mesma estava obstruindo o próprio caminho para a perfeição. “Me senti... perfeita”.

Nota: 10/10

3 comentários:

  1. Fiquei bem uns 2 dias pra me recuperar desse filme! É bem intenso! Não deixe de ler a crítica de um pessoal daqui de Bh, cinema em cena http://www.cinemaemcena.com.br/ficha_filme.aspx?id_filme=5899&aba=detalhe

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  2. As críticas que eu mais gosto de ler são as do Pablo Villaça!

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  3. Adorei esse filme, ele mexe muito com o emocional e o psicológico da Nina e em certas partes você não sabe se o que esta vendo é real ou imaginação dela, no fim, o filme também deixa a dúvida se ela morreu ou não, mas para a mensagem que o filme quis transmitir isso acaba sendo irrelevante. Outro lançamento muito agradável que mereceu os Oscars que ganhou, principalmente o de melhor atriz para a Natalie Portman, ela foi incrível.

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