segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

The Fighter (O Vencedor)



Direção: David O. Russell
Roteiro: Scott Silver, Eric Johnson, Paul Tamasy
Elenco: Christian Bale, Mark Wahlberg, Melissa Leo, Amy Adams, Jack McGee
Ano de lançamento (EUA): 2010
Vencedor do Oscar de Melhor: Ator Coadjuvante (Christian Bale), Atriz Coadjuvante (Melissa Leo)
Indicado ao Oscar de Melhor: Filme, Diretor, Atriz Coadjuvante (Amy Adams), Roteiro Original, Montagem

História verídica sobre o boxeador Micky Ward (Mark Wahlberg), que chega até o título mundial com a ajuda do irmão viciado em drogas, Dicky (Christian Bale). Se engana quem pensa que o filme seja sobre boxe.

Dicky era um lutador, e depois de se envolver com drogas e crimes, passa a ser somente o treinador de seu irmão mais novo, Micky. Somos convidados a acompanhar o trajeto de Micky, e seu relacionamento com a família super complicada e com sua namorada Charlene (Amy Adams). Mas o grande protagonista do filme é Dicky. O filme começa e praticamente termina com ele, e os grandes acontecimentos do filme são por causa dele.

A HBO está filmando um documentário sobre o vício de Dicky (o qual espalha a todos que é sobre a sua recuperação). Ele não está mais devidamente comprometido com o treinamento do irmão, que motivado por Charlene, troca de treinador. Mas essa mudança não é aceita pela família de Micky. Sua mãe tem uma preferência clara por Dicky, e nem ela nem suas 7 filhas querem novas pessoas na vida do caçula. Somente quando o irmão mais velho é preso depois de uma confusão com a polícia, Micky consegue aceitar um novo contrato.

A atuação dos “coadjuvantes” é fantástica. Não parecem atores interpretando um papel, e sim que estamos vendo realidade (não sei que consegui me expressar direito), tamanha a qualidade das interpretações. Amy Adams está ótima como Charlene, uma personagem bem diferente das inocentes que costuma interpretar. Uma jovem estudante que desiste dos estudos e se torna “bargirl”. Tachada pela família do namorado como “garota da MTV”, Charlene tem personalidade forte, sempre pronta pra se defender, e ansiosa por uma mudança de vida.

Melissa Leo está fantástica como Alice, mãe dos lutadores. Uma mulher forte, mas muito sofrida. A cena em que mais me tocou é na qual vai buscar o filho mais velho na casa em que este costuma usar drogas com “amigos”. Alice sabe que seu filho está perdido e não há muito a fazer. Mas ele é seu filho, e ela o ama incondicionalmente. Suas vidas continuam. Oscar mais do que merecido.

Christian Bale aproveitou muitíssimo bem o papel e mereceu ganhar o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante. Bale consegue ao mesmo tempo mostrar a que situação deplorável pode chegar um viciado, e apresentar ao público uma figura super carismática. Pra mim, sua cena mais emocionante é quando o documentário estreia na HBO. Dicky ainda está na prisão, e só quando se vê na TV, sua “ficha cai”: é um viciado e precisa de ajuda. Começa a sentir vergonha da situação em que se encontra.

O filme começa com um depoimento de Dicky, mostrando suas qualidades, e como tudo que o irmão sabe foi por sua causa. Na luta final do filme, Micky também só ganha por causa do irmão, que voltou a treiná-lo. Na última cena, temos novamente um depoimento. Dessa vez, há um sopro de humildade. “Eu tenho que ir”.

Nota: 9/10

Um comentário:

  1. Não gosto de filmes de luta, mas por ser a luta um mero pano de fundo pro filme, que tem muito mais pra mostrar, quem também não gosta não pode perder! Gosto como o filme primeiramente nos faz pensar que a HBO está gravando um documentário sobre a volta de um grande lutador como treinador do irmão, mas quando finalmente percebemos é um documentário sobre o crack. Muitas cenas tristes, muitas engraçadas, todas fortes! Ah, você conseguiu se expressar direito! Parece que estamos vendo as coisas acontecerem, e não apenas serem interpretadas!

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