segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

The King’s Speech (O Discurso do Rei)



Direção: Tom Hooper
Roteiro: David Seidler
Elenco: Colin Firth, Geoffrey Rush, Helena Bonham Carter, Guy Pearce, Derek Jacobi, Jennifer Ehle, Michael Gambon, Timothy Spall
Ano de lançamento (EUA): 2010
Vencedor do Oscar de Melhor: Filme, Diretor, Ator (Colin Firth), Roteiro Original
Indicado ao Oscar de Melhor: Ator Coadjuvante (Geoffrey Rush) Atriz Coadjuvante (Helena Bohman Carter), Trilha Sonora (Alexandre Desplat), Direção de Arte, Figurino, Fotografia, Mixagem de Som, Montagem

A história do Rei George VI (Colin Firth), contada de um jeito emocionante e divertido. Com a ajuda de seu fonoaudiólogo Lionel Logue (Geoffrey Rush), Albert (primeiro nome do futuro rei) tenta driblar sua gagueira e fazer discursos para o povo.

Já na primeira cena, conhecemos o príncipe Albert, incapaz de concluir um discurso na abertura da Exibição do Império Britânico. Bertie (como é chamado por Logue) é gago por ter sofrido várias pressões quando criança. Assim, é bem inseguro quanto a deixar Lionel (o milésimo fonoaudiólogo com que se consulta) “entrar” em sua vida. Lionel trata seus pacientes de maneira íntima, precisa estar no mesmo nível que eles. Relutante no início, aos poucos Bertie se torna quase irmão de seu “doutor”.

O Rei George V falece e quem deve assumir o trono é seu filho mais velho, Edward (Guy Pearce). Este, porém, passa a tarefa ao irmão mais novo após menos de um ano de reinado, pois quer se casar com uma mulher divorciada e precisa abdicar do trono para tal. Separado de Logue por uma briga, Albert precisa desesperadamente de ajuda, pois assumir o trono implica em fazer discursos pra muita, mas muita gente.

Acho que minha única reclamação do filme é seu ritmo extremamente lento, mas que não atrapalha o bom roteiro. As cenas que eu mais gosto são o ensaio para a coroação, e a cena final, o “discurso do Rei” propriamente dito. Pra mim a trilha sonora é o grande destaque das duas. No ensaio, a música começa bem tranqüila, e à medida que o Rei ganha confiança em suas palavras, ela aumenta, chegando ao fim do ensaio com um “sol-dózinho-dózão” (hehehe), notas seguidas de um “Fácil”, dito por Lionel – uma cena simples, mas de efeito fantástico.

A atuação de Colin Firth é surpreendente, e mereceu levar o Oscar pra casa. A gagueira que “aprendeu” para o papel em nenhum momento soa falsa. Firth sente na pele a agonia do Rei, ótimo tanto nas cenas leves quanto nas dramáticas. Mas meu favorito é Geoffrey Rush, que faz um Logue sábio, carismático e amigo. Destaco também Helena Bonham Carter como a Rainha Elizabeth, convincente num papel bem mais comportado em relação aos que geralmente interpreta. E não posso me esquecer do ótimo Guy Pearce, que me deixa com uma raiva gigantesca na cena em que irrita o irmão, chamando-o de “B-b-b-bertie”.

A cena do discurso é a mais emocionante, e é maravilhoso o modo como o diretor Tom Hooper a conduziu. Lionel é o maestro da orquestra e o Rei é o solista da principal ária da ópera. Simplesmente, perfeição! Quando a cena termina, não tem como não acompanhar a Rainha Elizabeth num suspiro de muito alívio.

Nota: 9/10

3 comentários:

  1. Um filme que, na minha opinião, merecia levar todos os prêmios "técnicos", mas não o de melhor. Como já disse no meu blog, não sei se você leu, tudo no "Discurso do Rei" está impecavelmente no lugar: do figurino à trilha (como você explicou de forma que eu jamais conseguiria!). Mas um filme, na minha (humilde) opinião pra ser o melhor deve nos emocionar de alguma forma. E muitos outros indicados me emocionaram mais que este! Se ele tem boa técnica, que leve os prêmios pra essa técnica!

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  2. Tinha lido sim o seu post! Sempre leio seu blog, só ainda não "seguia" formalmente hehehehe.

    E concordo com você. Não daria Melhor Filme pra Discurso do Rei. O filme é ótimo, mas não tanto assim.

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  3. Assisti o filme hoje e concordo com vocês dois, não achei que mereceu melhor filme, gostei mas prefiro Inception, Black Swan, The social network, enfim... mereceu os outros Oscars, inclusive o de melhor ator para o Colin Firth, ele fez um rei gago excelente, como você mesmo comentou Fernando, mas melhor filme não foi...achei muito parado, facil de prever e muito massante, o pessoal que foi ver comigo até comentou
    - Nossa, que filme longo!
    - Mas ele só tem 2 horas!
    - Sério? Pareceu muito mais!
    Como foi dito, na parte tecnica foi perfeito, agora no resto deixou muito à desejar como melhor filme.

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